Nessa sexta-feira (07), a secretária de Educação do município de Ilhéus, Evani Cavalcanti, concedeu entrevista à Rádio Bahiana, no programa Falando Direito, apresentado pelo renomado radialista Adilson Neves. Durante a conversa, a secretária afirmou que a creche do bairro Vilela ainda não está em funcionamento devido à ausência de licitação para a compra de móveis, bem como à falta de ligações de água e energia pela Embasa e Coelba.
Porém, a declaração levanta questionamentos. O governo municipal tem adotado sucessivamente a dispensa de licitação para diversos serviços, incluindo assessorias jurídicas, contábeis, financeiras e de licitação. Além disso, foram realizados contratos emergenciais de merenda escolar por valores exorbitantes e aquisições de combustível suficientes para dar mais de 70 voltas ao redor do mundo. Diante desse cenário, por que, em 67 dias de governo, não foi possível garantir a compra dos móveis e viabilizar a abertura da creche?
Outro ponto contraditório é a justificativa de demora na instalação de serviços essenciais pela Coelba e Embasa. Embora essas concessionárias enfrentem críticas pela qualidade dos serviços, nunca se ouviu falar de prazos superiores a 60 dias para uma ligação básica.
Vale lembrar que a equipe de transição do governo municipal, responsável pelo planejamento dos primeiros 100 dias da Educação e sob comando da própria secretária, teve início logo após o encerramento das eleições, permitindo tempo suficiente para levantamento das demandas e planejamento das ações prioritárias. Ou seja, não há como justificar que o governo tenha apenas 67 dias de gestão para resolver tais questões, a menos que a própria secretária sofra de amnésia seletiva.
A população de Ilhéus está atenta e cobra explicações do chamado "governo da renovação". A transparência e a eficácia na gestão pública são fundamentais para garantir serviços essenciais, como a educação infantil, que não pode ficar em segundo plano.
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