O Centro de Assistência Renal (CAR) de Ilhéus, referência em nefrologia e hemodiálise há 32 anos, está à beira do fechamento. Mais de 260 pacientes dependem do serviço, que agora enfrenta uma crise sem precedentes devido ao bloqueio de mais de R$ 1 milhão em repasses federais pela Prefeitura de Ilhéus desde julho.
Os valores, provenientes do Ministério da Saúde, são fundamentais para pagar salários, impostos e adquirir materiais indispensáveis ao atendimento. Sem uma solução, o colapso será inevitável, forçando pacientes vulneráveis a buscar tratamento em outros municípios.
Tentativas de diálogo com o secretário de Saúde e sua equipe têm sido ignoradas, reforçando a inércia da gestão municipal diante de um problema de saúde pública tão grave.
Prioridades absurdas: o luxo sobrepõe-se à saúde pública
Enquanto o CAR agoniza, a prefeitura não hesita em direcionar verbas para fins duvidosos. Contratos como o de gerenciamento de frotas, avaliados em R$ 22 milhões, ou balões publicitários de R$ 10 mil revelam uma gestão que parece mais preocupada com aparência do que com vidas humanas.
Além disso, surgiram denúncias de contratos obscuros com sites que veiculam conteúdo impróprio, levantando sérias dúvidas sobre a transparência da administração de Mario Alexandre.
“Cuida de mim, doutor”?
O slogan de campanha de Marão, “Cuida de mim, doutor”, soa agora como uma ironia cruel. O médico-prefeito falhou em fazer jus ao compromisso com os cidadãos de Ilhéus, e a derrota de seu sucessor nas últimas eleições só agrava sua situação política.
Ainda assim, ele mantém ambições de se eleger deputado federal e alavancar a reeleição de sua esposa, Soane Galvão, como deputada estadual. No entanto, a população parece cada vez mais cética quanto às suas intenções, especialmente quando confrontada com a falta de realizações tangíveis.
Silêncio eloquente
Perguntar sobre dez contribuições significativas de Soane Galvão para Ilhéus é um desafio que nem mesmo seus aliados conseguem responder sem hesitação. A ausência de ações concretas, tanto dela quanto de Marão, deixa a cidade à deriva, acumulando problemas enquanto promessas vazias se tornam rotina.
Até quando Ilhéus será refém?
O possível fechamento do CAR é mais do que um reflexo da má gestão; é um grito de socorro ignorado por aqueles que deveriam protegê-lo. Resta saber se Ilhéus continuará permitindo que figuras políticas negligentes permaneçam no poder ou se dará um basta, exigindo líderes que priorizem a saúde e o bem-estar da população.