O candidato à prefeitura de Ilhéus, Valderico Jr, apresenta-se como um conservador, mas a verdade é bem diferente. Oficialmente divorciado há mais de quatro anos da mãe de seus filhos, conforme registros do DivulgaCand, ele tem se aproveitado de uma estratégia calculada para enganar os eleitores. Nas redes sociais, Valderico Jr e sua ex-esposa criam uma narrativa de um “casamento perfeito”, um cenário ideal que visa cativar a simpatia do público.
A dupla, unida pela força de um projeto político, envolve até os filhos nas postagens, mostrando cenas de uma família supostamente unida há mais de 17 anos. O apelo emocional por meio dessa narrativa busca tocar os corações dos eleitores ao apresentar uma imagem de harmonia familiar, algo que tradicionalmente tem forte ressonância nas eleições.
Entretanto, essa encenação levanta sérias questões éticas e legais. Valderico Jr não é apenas um candidato: ele é um homem em fuga de suas responsabilidades. Embora esteja divorciado oficialmente, a possível fraude relacionada ao seu estado civil revela um objetivo muito claro: proteger seu patrimônio de execuções judiciais. Enfrentando dezenas de processos trabalhistas — muitos deles envolvendo credores que sequer tiveram a chance de ver seus direitos pagos antes de falecer — Valderico Jr pode estar utilizando o divórcio como uma escudo para blindar seus bens.
A estratégia dele é evidente: ao manter a imagem de um casamento perfeito, ele busca criar uma cortina de fumaça que desvia a atenção de suas dívidas trabalhistas e dos processos que o assombram. Ao manipular seu estado civil, Valderico Jr tenta impedir que os credores e as famílias dos trabalhadores que ele deve acessem seu patrimônio, criando uma barreira jurídica para evitar que suas propriedades sejam executadas.
Esse tipo de conduta é não só antiética, mas também potencialmente criminosa, configurando a falsidade ideológica, conforme estabelecido no artigo 299 do Código Penal Brasileiro:
Art. 299 – Falsidade ideológica
Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena: reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento for público;
Pena: reclusão, de um a três anos, e multa, se o documento for particular.
Essa manobra é um desrespeito não apenas para com os eleitores, mas também para com os trabalhadores que lutam por seus direitos. Se a fraude for confirmada, Valderico Jr não só perderá a confiança do eleitorado, como também poderá enfrentar consequências legais severas. A máscara pode cair, e a verdade sobre sua verdadeira intenção pode levar a um golpe devastador em sua imagem pública, mostrando a todos que a proteção de seu patrimônio e a fuga de suas responsabilidades falam mais alto do que qualquer apelo emocional que ele tenta vender.