Enquanto as ruas de nossa querida Ilhéus – cidade que tanto inspirou Jorge Amado – ficam alagadas a cada chuva, padecem sem um sistema de drenagem decente, cheias de buracos e com seu patrimônio histórico caindo aos pedaços, o prefeito Mário Alexandre surpreende com suas prioridades. O quadro da cidade é lastimável: a situação é tão crítica que ele conseguiu a proeza de não eleger seu sucessor, que ficou em terceiro (último) lugar nas últimas eleições, amargando apenas 16,27% dos votos – desempenho decepcionante para quem se vangloriava de ter o maior leque de apoios políticos e aliados.
Mas o que tem isso a ver com o título? Tem tudo a ver. O prefeito e seus secretários parecem viver em uma bolha de vaidade e soberba, apostando que um sorriso e um tapinha nas costas resolveriam tudo de última hora. Seus secretários, e ele próprio, que durante o período eleitoral atendem até os cachorros da rua (ironicamente por falta de zoonoses na cidade), agora cruzam os braços, não respondem e fazem tudo da pior forma, enquanto Ilhéus continua parada.
E nesse cenário surge um contrato no mínimo questionável. Em 13 de abril de 2023, foi assinado um contrato no valor de R$ 11.261.903,63 com a empresa Maxifrota Serviços De Manutenção De Frota Ltda. para simplesmente gerenciar – isso mesmo, apenas gerenciar – o fornecimento e o consumo de combustível da frota da prefeitura. Esse contrato foi renovado em abril de 2024, dobrando o valor gasto para R$ 22.523.807,26.
O que esses milhões dariam em quilômetros percorridos?
Se esses 22 milhões fossem destinados diretamente ao combustível, seriam suficientes para adquirir cerca de 3.384.615 litros de gasolina (a um preço médio de R$ 6,50 por litro), ou 4.000.000 de litros de diesel (a R$ 5,50 por litro). Com um consumo médio de 10 km/L para gasolina, esses litros nos levariam a incríveis 33.846.150 km – o equivalente a 844 voltas ao redor da Terra! Já com diesel, o valor em quilômetros seria próximo a 32.000.000 km, ou 798 voltas ao planeta.
Mas em Ilhéus, pelo visto, gasta-se mais para alguém gerenciar o combustível do que para abastecer a própria frota. Em uma cidade onde a lógica parece invertida, onde serviços básicos e emergenciais estão sempre em segundo plano, essa escolha de contratos milionários deixa a população com uma pergunta: Ilhéus está indo aonde com esses 22 milhões?
A redação do Site tentou entrar em contato com o Prefeito Mario Alexandre e com o secretário de Gestão Bento Lima repetida vezes, mas não obteve sucesso.
Fonte :
Redator : David Reis